Antissocial (sim, agora, com a nova
regra ortográfica, é o jeito correto de ser escrito) denota uma pessoa que não
interage ou interage fracamente em sociedade.
Mas quais são os motivos que leva
alguém se tornar antissocial?
Vários. Pode-se citar traumas de
infância, como bullying, violência
sexual, violência física, dentre outros. E, em vários casos, infelizmente, o
comportamento antissocial leva a alguns distúrbios psíquicos e – até mesmo – a alguns
crimes.
No entanto, não são esses casos
(mais graves) o escopo do artigo. Aqui, será abordado sobre aquele indivíduo
que se torna antissocial por ser diferente da sociedade em geral, do senso
comum. Diferença essa que não resulta de um trauma (como já citado), mas sim de
uma percepção diferente do mundo, mesmo sendo educado nos mesmos padrões dos
chamados indivíduos sociáveis.
Percepção diferente do mundo significa
não se adequar aos moldes “impostos” pela sociedade. Esta vem do latim societas, isto é, “associação amistosa
com outros”, e se caracteriza por pessoas que possuem uma generalidade de
costumes e propósitos. Ou seja, quando alguém não se insere nessa generalidade,
faz parte da minoria, é diferente.
E tal diferença, geralmente, resulta
em exclusão, em preconceito, em intolerância. Por mais que um mundo liberal –
aos poucos – aceite mais e mais as diferenças, elas ainda são analisadas com
muito rigor e tradicionalismo pela sociedade. Dessa maneira, não é incomum
verificar que muitos dos seres antissociais – isolados – pertencem à “classe”
dos diferentes, das minorias.
Gordos, gays, negros, etc. já é
assunto batido, exaustivamente comentado e discutido. Então, será deixado de
lado. Os diferentes da vez são aqueles que fogem da opinião e dos valores do
senso comum.
E, assim como os seres dos "grupos" já muito debatidos, os agora protagonistas também seguem a regra, isto é, são marginalizados da mesma maneira por exporem suas opiniões e ações de modo diversos do geral, do comum, do default, do padrão.
Tais pessoas, por terem uma visão bem distinta da maioria acerca da vida, dos prazeres, da rotina, do trabalho, do dinheiro, etc., não se cansam de ouvir questionamentos sobre seu padrão de vida. Ainda que esses questionamentos ocorram de forma jocosa, não é muito agradável ser tomado como o diferente, em diversas situações.
Tais pessoas, por terem uma visão bem distinta da maioria acerca da vida, dos prazeres, da rotina, do trabalho, do dinheiro, etc., não se cansam de ouvir questionamentos sobre seu padrão de vida. Ainda que esses questionamentos ocorram de forma jocosa, não é muito agradável ser tomado como o diferente, em diversas situações.
O fato é que, com tudo isso, não é
raro pessoas desse tipo se tornarem antissociais. Aos poucos, vão se cansando
de ouvir as mesmas piadas, do incômodo velado (ou não), causado pelo afronta ao
que todos aceitam, da rotulação de politicamente correto - e, consequentemente, chato. Assim, a reclusão e o
isolamento é consequência do ser diferente, pela convivência e pelo modo como a
sociedade trata essa questão.
Na Grécia Antiga, Sócrates dizia que
estava fora de lugar, sentia-se um estrangeiro em sua própria terra, ao ser
acusado pelos políticos da época. Não há dúvida de que era um ser diferente.
Contestava a educação, a política, as crenças religiosas, isto é, o senso comum.
Além do mais, não possuía a beleza física exaltada pelos gregos, muito pelo
contrário.
Contudo, não virou um antissocial.
Nadou contra a maré a vida toda. Acabou sendo condenado à morte por isso.
Alguém se lembrou de Jesus Cristo? Também
diferente, também contra os valores sociais de sua época, também condenado.
Um viveu há 24 séculos; o outro, há
20. E, com certeza, são dois dos maiores exemplos como seres humanos. Entretanto, não foram tolerados. Imagina, então, se os diferentes de hoje, pessoas comuns, nada excepcionais, serão?
Esse texto me pareceu um recado, ou seja, o escritor nao joga futebol, não come carnes e não bebe. Percebo uma mente perturbada, inquieta. Lembrando que perturbada não necessariamente é algo ruim. Ao meu ver, estás querendo justificar seu modo. Posso ter lido uma crônica com personagens fictícios. Alguém aqui não gosta deste mundo e pior, não sabe lidar. Caso o personagem exista, penso que este de ninguém gosta. Mente perturbada! Percebo alguém sofrido querendo quem sabe usar um hino da geração do meu filho Hakuna Matata! Nunca esqueçamos de que às vezes, nós viramos as costas para o mundo por causa de nós mesmos! Perdoe-me a quantidade de "nós" na frase anterior. Misteriosamente não consegui apagar.
ResponderExcluirDe fato, o escritor não costuma jogar futebol, não come carne e parou de beber. Mas não creio que tais atributos o levam a ter uma mente perturbada.
ExcluirO artigo não é de alguém revoltadinho com o mundo, mesmo porque não é o caso. Somente tem o intuito de analisar a pluralidade de pessoas em uma sociedade, em uma determinada situação. Como foi dito, não acerca de gordos, gays, negros, mas de pessoas que têm opiniões e atitudes diferentes do senso comum.
Ademais, ele gosta de várias pessoas, assim como muitas também gostam dele (pelo menos é o que parece).
Para finalizar, ele não virou as costas para o mundo, muito pelo contrário, a cada dia que passa gosta mais e mais da vida, apesar de não concordar com algumas questões.
Ou seja, a constatação do caro leitor foi - em grande parte - equivocada. Mesmo assim, agradeço pelo comentário.
Por conhecer o presente escritor, tenho certeza que trata-se de uma pessoa muito amada e amável, muito satisfeito e agradecido com as oportunidades de aprendizado, crescimento e felicidade diariamente vivenciados.
ResponderExcluirDiscordo do leitor 1.
O objetivo depreendido por mim do texto não é amargurar o mundo, mas, ao revés, levar-nos a um questionamento sobre a nossa reação usual diante daqueles que não possuem os hábitos majoritários de nossa cultura. E, em um segundo momento, atentar-nos para o fato de que muitas vezes nossa conduta banal, brincalhona e inofensiva, diante dos que são diferentes, pode gerar um desconforto ou opressão na outra pessoa.
Vale lembrar dos jargãos "cada colhe o que planta" e "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Uma boa questão a ser levantada é o que você pretende colher e ofertar às pessoas a sua volta?
Exatamente, Vi.
ExcluirDe qualquer maneira, resolvi tornar o texto um pouco menos pessoal, ou mais impessoal. Não propriamente pelo que o "Baratonildes" argumentou - inclusive suponho que ele me conheça também, mas, enfim, não importa - mas porque quero manter meus textos sempre impessoais (como foram os outros aqui publicados).
Se acha que te conheço, provavelmente concordou com parte do que escrevi. E convenhamos né? Acha mesmo que percebi uma mente perturbada pelos simples atributos citados por você em sua resposta? E por favor, não se zangue pelo meu comentário. Foi apenas o que transpareceu. Ainda que eu esteja completamente equivocado, a percepção foi minha. E paremos por aqui. Apesar deste ser um texto público, desnecessário se faz um debate também público. No intuito de evitar maiores desconfortos, retiro o que disse.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDou aqui um testemunho de um ser antissocial e que gosta do que é: mais do que ser diferente, não se encaixar no senso comum (não é à toa a designação de ordinário), gosto tanto da minha própria companhia, das minhas idéias e até dos meus contra-artgumentos que prefiro acompanhar minha própria figura a seguir outrem. Não sofri bullying na infância, nem sou negra ou homossexual e creio que também não sou nenhuma mulher extraordinária ou excluída da distribuição gaussiana. Prefiro rotular-me como uma pessoa que adotou um estilo de vida que abrange menos pessoas em volta e mais auto-reflexão. Tenho ao meu derredor poucas pessoas queridas e parecidas (cabem dentro dos dez dedos): seres também antissociais com os quais tenho o prazer de dividir meu maior presente: a minha própria vida e as minhas idéias.
ResponderExcluirQuerido amigo Lucas, parabéns pelo artigo! Como você já desconfiava, o texto caiu como uma luva. Um beijo pra você.